Relato:expressão corporal
Sempre que penso em dançar sinto medo,
não é o medo da
dança, porém a sensação de não saber dançar, de me achar fora de ritmo e sem
domínio de me expressar corporalmente. Não que hoje fosse dança, mas mesmo
assim fico apreensivo. Primeiro pensei em não participar, fiquei no canto da
sala só observando. Alguém falou que não ia por causa da roupa, pois teria uma
apresentação de trabalho à noite. Então alguém me indagou: e você por que não
vem? Resolvi então participar, pois estava sem medo nesse momento. Tinha só um
pouco de receio; pois fazer movimento que não sei, me deixa desconfortável; não
tenho habilidade com dança ou expressão corporal e acabando ficando um pouco
travado nesses momentos.
No
primeiro movimento de ficar deitado de costa no chão me senti muito relaxado.
Senti vontade de ficar nessa posição por mais tempo, o piso gelado incomodava
um pouco, mas depois eu já me sentia parte do chão. Queria tocar toda a minha
costa no chão, contudo percebi que não conseguia, por mais que eu tentasse.
Entretanto por outro lado, senti o chão massagear quase toda a minha costa,
menos naquele ponto em que não conseguia tocar o chão. Durante o comando para
respirar profundamente senti a minha coluna de forma diferente, isso nunca
havia acontecido comigo. Em seguida levantamos e partimos para o próximo
movimento, caminhar entre os colegas pela sala, todos procurando uma direção
para focar na sua caminhada. Foi divertido e muito engraçado os instantes de
caminhadas. Olhar um ponto fixo e se direcionar piamente para ele; essa foi a
orientação de Thaís.
Depois
fizemos a dinâmica da mão, cada um deveria acompanhar a mão de uma colega, que
estava perto e com a mão próxima ao seu rosto, é como se sua face estivesse
colado à mão do colega, e em cada movimento da mão você se sentia uma marionete,
pois deveria acompanhar os movimentos inesperados nas diversas direções. Por
alguns instantes perdi totalmente a minha autonomia corporal e fui guiado
divertidamente pela mão da Mikaelly; no final nos abraçamos agradecendo aos
movimentos que cada um fez. Novamente tivemos que caminhar pela sala, e tinha
momentos que as pessoas se misturavam numa nuança de cores, causada pelas
roupas de cores diversas. Os pés descalços não faziam barulho, mas pareciam que
agradeciam por estarem descalços, sentiam a vibração da natureza e por
descarregarem a sensação de cansaço, era o que eu sentia; percebia que os
outros também.
Novamente
na caminhada, porém dessa vez teríamos que correr, eu tive vontade, contudo me
contive, até mesmo pelo fato de correr constantemente. Não corri, contudo
dancei, pulei com muito entusiasmo, imaginei a guitarra e os gestos de rock.
Pulei de olhos fechados e me senti muito bem, nem tive medo do chão não está
embaixo de meus pés na hora do pouso, pousei suavemente, como se eu tivesse
asas.
Círculo,
fileira, sozinho ou em dupla, as expressão corporais iam sendo desenvolvidas
por Thaís, era possível ver a alegria em cada rosto, apesar do cansaço que
alguns demostravam. Eu não me cansei, porque já fiz um componente de expressão
corporal, também faço corrida de rua, acho que tenho muita resistência.
Esse
trabalho de expressão corporal na reta final de um quadrimestre revigora a
todos. Senti o meu corpo frequentemente durante a aula, a batida do coração
parecia mais alta, o fechar e o abrir dos olhos, o toque no chão frio, uma
abraço de carinho de um colega; rostos, mãos, pulsar das mãos pulsar do
coração, respiração ofegante, me senti parte integrante dos outros corpos, pois
a energia era trocada através de apertos fortes de mãos, como um pulsar de um coração.
Tudo era verdadeiro e integrador. O ambiente estava leve, calmo, sereno... e as
pessoas muito mais felizes.
MUDANÇA...
MU...DANÇA
...MUDA!
Na
dança da mudança só não se alcança
quem
no ritmo da mudança não se lança
Muda
o mundo e todo mundo muda
quem
não muda fica mudo para o mundo
O
sujeito que rejeita as mudanças
E
sempre diz não às variâncias
nem
se sujeita a perceber
que
já está mudando de mundo sem querer
A
mudança muda e muda sem se fazer notar e
Vai
continuar a mudar
E
de tão silenciosa fica muda
E
muda não responde aos gritos de socorro
Dos
que não querem mudar!
Guilherme Santos
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
https://pensador.com/autor/jose_guilherme_s_filho/.
Acesso em 28 de jul. 2019.
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