Folhas da bananeira
INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS
CAMPUS SOSÍGENES COSTA
CURSO BI EM ARTES
AS FOLHAS DA BANANEIRA: BALANÇO E REMANÇO
PORTO SEGURO – BA
ARILTON EUSTÁQUIO BRONZE
AS FOLHAS DA BANANEIRA: BALANÇO E REMANÇO
O
trabalho apresentado ao curso de graduação em BI em Artes em CC: Experiência do
sensível. Campus Sosígenes Costa da Universidade Federal do Sul da Bahia. Sob a
orientação do Professor Cristiano da Silva Longo.
PORTO SEGURO – BA
DESCRIÇÃO E DINÂMICA DA FOLHA DA
BANANEIRA – BANANA DA PRATA
Na bela
tarde do dia 12 de junho de 2019, às 14h18min comecei a observar as folhas das
bananeiras. Não que eu já não as observasse antes, sempre as observei pela
janela do meu quarto já faz quatro anos, mas desta vez, observei para realizar
uma tarefa da UFSB (Universidade Federal da Bahia), na área de conhecimento do
professor Cristiano Longo.
A folha
de bananeira é de um verde escuro brilhante na parte de cima e um verde opaco e
embranquecido na parte de baixo da folha, à medida que a folha envelhece vai
perdendo o brilho e tons de amarelo surgem em suas pontas, depois desse amarelo
começa a ficar escura até finalmente secar. Também à medida que a folha envelhece
ela vai ficando toda cheia de rachadura causada pela ação do vento, a folha é
muito fibrosa e pode ser rasgada em pedaços retangulares com facilidade. Suas
folhas são usadas para envolver algumas comidas naturais, como beiju, peixe e
legumes.
A
bananeira é uma erva gigante e seu fruto é rico em potássio é muito apreciada
pelos desportistas devido a fácil digestão desse alimento. As folhas das
bananeiras são longas e chamam a atenção de longe. Junto com as demais folhas
das bananeiras, entorno de quarentas folhas, depois que o cacho da banana nasce
elas duram 180 dias até se secarem completamente.
À tarde
do dia 12 era muito quente, com o céu completamente azul, com algumas nuvens
brancas espaçadas. As bananeiras são do quintal do vizinho, mas a parte da copa
é completamente visível do meu quintal. Fiquei no quintal por uma hora a
observei, sentei em meu banco e com o caderno, câmera e caneta, comecei um meu
ritual de observação. O canto do pássaro ao lado, era incessante durante alguns
minutos de observação, também meu aparelho de celular tocava músicas diversas,
para tornar a tarefa de observar suave e tranquila.
De
repente o primeiro balanço das flores, às 14h26min. As folhas pareciam caminhar
pelo ar, de tanto leve ser o seu balanço, as ranhuras pareciam pés de uma
centopeia, que se movia pelo ar como plumas ao vento. As nuvens no céu se moviam
pouco e era uma parte muita bela da paisagem observada. Depois de algum tempo o
céu ficou somente azul, sem nuvens nem urubus passando ao fundo, o vento leve
aparecia em espaço de tempo compassado, parecia seguir uma progressão
matemática.
O sol
era brilhante, ora se fazia fraco, e mudava a coloração das folhas, ora
escuras, ora mais claras, ora brilhantes, ora opacas. No fundo do muro, estavam
àquelas lindas folhas longas e verdes, dançando delicadamente em movimentos
repetidos sequenciais. Folhas ou centopeias que caminhavam pelo ar, tão leve
como plumas, tão precisas como Bruce Lee. Movimento, dança, ou luta oriental?
Morte
certa, depois que o fruto cortar.
Não
nascerá outro,
E as
folhas irão definhar.
E a
mais bela folha,
Pus-me
a contemplar.
Olhar
atentamente a natureza,
Faz-nos
relaxar.
A bananeira (Sabino
de Campos)
Humilde,
em meio à flora, a bananeira,
Sozinha,
transportada em terra boa,
Vive
ocultando à natureza inteira
O seu
destino de morrer à toa.
E
parece feliz, bebendo as águas
Do céu,
para o consolo das raízes,
Como se
viessem transforma-lhe as mágoas
Nos
encantos das árvores felizes.
O sol enche-lhe as palmas de pepitas
De
ouro, na exaltação do amor violento,
E ela
paneja suas largas fitas,
As
folhas verdes balançando ao vento...
Outras
vezes, a chuva, como um véu
Desatado
de nuvem passageira,
Cai das
vitrinas rútilas do céu
Para vestir
de noiva a bananeira.
Noiva,
mas noiva-mãe, toda natureza,
Pois
sem amor, sem mácula e empecilhos,
Faz
rebentar à luz da natureza,
Na
terra, em torno, a vida de seus filhos.
Pede-lhe,
em breve, o cacho, de ouro ou prata,
Dos
frutos bons... Depois, a golpes brutos,
A
bananeira cai em terra ingrata,
Pela
desdita de ter dado frutos.
João Pessoa, Paraíba, 10/07/1940
Folhas de bananeiras
https://peregrinacultural.wordpress.com/2009/02/13/bananeira-poema-de-sabino-de-campos/.
Acesso em 12 de julho de 2019.
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