Experiência Sonora


PORTO SEGURO – BA
ARILTON EUSTÁQUIO BRONZE












EM RITMOS SONOROS: MELODIA DO ACASO






O trabalho apresentado ao curso de graduação em BI em Artes em CC: Experiência do Sensível. Campus Sosígenes Costa da Universidade Federal do Sul da Bahia. Sob a orientação do Professor Cristiano da Silva Longo.











PORTO SEGURO – BA



Gotículas de Chuva

Estava deitado,
E o frio leve tornava a noite agradável.
De repente o frio se tornou mais intenso,
E a umidade invadiu o meu quarto.
Gotículas de chuva toca de leve o telhado,
Toca de leve, em espaço de tempo variado.
Mais rápidas as gotículas se somam a outras,
E ganham velocidade.
Pulo da cama, e sem pensar muito
Resolvo ir até o quintal,
Gotículas tocam em meus pés;
Estão frias, mas mesmo assim eu não desisto
De registrar esse momento tão leve,
Tão úmido e maravilhoso.
Gosto da chuva, e de toda essa sensação,
Que ela me traz... e das memórias que tenho da fazenda
De meu avô, quando as gotas tocavam as folhas
Das plantações;
Mas agora as gotas tocam o chão, o espaço é outro,
Entretanto as sensações são semelhantes.
Assim também como o barulho, barulho bom,
Agradável...
Mas sempre há aquela gota rebelde
Que toca em algum objeto,
Que toca em algum ponto,
E o barulho se repete, se repete...
Tum, tum, tum, tum...
Tã, tã, tã tã...
Nunca fui bom em onomatopeias,
Mas isso não vem ao caso.
Com o aumento da chuva,
O melhor mesmo é dormir.
Dormir embalado por uma das mais belas melodias.
Dormir embalado pelas gotículas da chuva.


Lá vem a moto

Correr na orla é muito agradável
Ver o mar azul e lindo.
Senti a brisa tocar na pele
E você sentir o gosto salgado da água
Trazida no ar pela maresia.
São sensações de bem estar
De alegria e animação.
Mas nesse mesmo local
Carros rasgam a BR da orla
Não somente carros, mas também moto.
Motocicletas, diriam outros.
Sempre tenho medo do barulho das motos
Sempre me causam essa sensação de medo.
Parece que a todo o momento vou ser assaltado,
Talvez seja paranoia, entretanto tenho sempre
Essa sensação.
É como se o barulho da descarga, o anonimato do piloto,
e o jeito da moto passar ao meu lado,
Despertasse em mim essa desconfiança,
Essa insegurança.
Talvez por todos os casos
Em que esse meio de transporte foi usado para fins
Não convencionais de sua construção.
Esse barulho me aprisiona...
Deixa-me sempre,
Dentro do medo,
Dentro da sensação de insegurança.



Na fila do banco

O que fazer nesse momento tão longo,
Tão sem outra solução.
Tão demorado
Tão...
O tempo parece congelar
Longos momentos de espera,
E quando você consulta o relógio
Passaram-se dois longos minutos.
E sua vez de ser atendido
Não chega nunca, nunca mesmo.
O barulho da campainha te deixa mais nervoso.
Parece chegar à vez de todo mundo,
Menos a sua
A cada barulho da campainha,
Lanço uma olhada fixa na senha,
Que sempre aparece no visor eletrônico,
Aquela cor vermelha Japão tem toda a minha atenção.
Sempre que alguém é chamado,
Confiro a minha senha, confiro, confiro novamente.
Parece que nem consigo decorar o número.
A cada chamada, faço o mesmo ritual...
O burburinho das pessoas
Parece me deixar irritando
É tanta gente conversando
Reclamado, xingando, contando a vida
Para alguém que nunca viu.
Alguns com a cara de cansados
Outros estão no WhatsApp,
E outros em ligações, que até mesmo quem passa
Lá fora consegue ouvir a conversa.
Cada pessoa inventa o jeito de fazer
O tempo passar,
Mas ele não passa.
E eu ali... A olhar a senha
Olhar a hora, a olhar quem já foi atendido,
A olhar, olhar, olhar...
Olhar a guichê, e nada da minha vez.
Novamente confiro as horas,
E se passaram 5 longos minutos.
Fico um pouco chateado.
Pensamento distante
Ficar horas a fio nessa fila
É insuportável.
Penso em voltar outro dia,
Mas não posso.
Não tenho coragem de passar
Por tudo isso de novo.
Faço uma leitura
E esqueço que estou ali,
Agora finalmente, depois de uma hora e trinta,
Estou sendo atendido.
Juro que nunca mais volto
Naquele banco.
Mas ao mesmo tempo estou feliz
Conseguir resolver a tarefa do dia.

Arilton Bronze





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